De arrepiar: Renato Conill é presenteado com réplica do 147 de 1981
Já que o último assunto foi o campeonato de Fiat 147 do início dos anos 80, seguimos nesta linha.
Esta foto e as informações foram "furtadas" do Facebook do Diogo Boos, do Veteran Car Club - NH, pois todos os apaixonados por automobilismo gáúcho precisam conhecer esta jóia. Uma réplica do Fiat 147 com o qual Renato Conill
Vai, abaixo, a informação passada pelo Diogo (andei pesquisando e acho que o texto é do Gilberto Leal, da ZH, parece que foi publicado no Sobre Rodas):
"O Fiat 147 que marcou época nas pistas do país teve réplica restaurada, presente dos filhos pelos 60 anos de Renato Conill. O carro da Equipe Jardim Itália conduzido pelo piloto gaúcho foi destaque no automobilismo nacional na década de 80 ...em provas que ficaram na história pela acirrada disputa das competições. Em 1981, a Jardim Itália participou de três campeonatos. Conill foi campeão gaúcho, paulista e vice brasileiro, sem concluir a última prova, que foi um festival de batidas. O brasileiro e o bi gaúcho vieram em 1982, entre outros títulos e vitórias."
Agora, me digam: não está caindo de maduro o Renato Conill e esta rara jóia voltarem às pistas, na Copa Classic?!
PS.: Achei uma foto do carro correto da época, no Blog do Sanco. A primeira que peguei tinha o #47 do Janjão para ilustrar.
Um acidente ocorrido na Fórmula Truck no último domingo, em Guaporé, lembrou muito outro, clássico do automobilismo gaúcho, que eu tenho há algum tempo em vídeo, relíquia conseguida pelo Teodoro Janusz (que, aliás, está voltando à Classic em breve com uma nova DKW, para alegria da galera). Há muito devia ter compartilhado, mas aproveito o ensejo para fazê-lo agora.
Caminhão ficou sem freio e desceu barranco, em Guaporé, no último domingo
Na prova da Truck, ocorrida no último dia 09 no autódromo serrano gaúcho, o piloto Luiz Lopes ficou sem freio no seu caminhão em plena reta dos boxes, para evitar o pior ele cortou caminho pela grama para "matar" a velocidade, foi em direção à curva 2, na qual voou por cima do guard-rail e caiu de um barranco de 4 metros. O piloto não sofreu ferimentos graves.
Ao ver a cena na TV, transmitida ao vivo, logo lembrei de outro acidente deste tipo, ocorrido 31 anos atrás, no autódromo de Tarumã, que não assisti, mas que ouço, desde pequeno, meu pai contar.
Sentado no banco traseiro!
Dia 08 de junho de 1980, Campeonato Brasileiro de Fiat 147 no Autódromo Internacional de Tarumã. "Peleia de facão", como de costume na categoria, entre paulistas e gaúchos. Revezavam-se nos primeiros lugares os gaúchos da forte equipe Jardim Itália (revenda Fiat que ficava na Protásio Alves, passando a Antônio de Carvalho), com os carros #47 (Janjão) e #48 (Renato Conill), e os paulistas da equipe Milano (Luís Otávio Paternostro e Attila Sipos).
Primeira bateria acabou assim
Na primeira bateria a coisa já vinha quente, após um toque na última volta entre Janjão e Paternostro, este cruzou a linha de chegada em 1º, com a tampa do porta-malas aberta.
Decolou!
Na segunda bateria o pega continuou, e após muitas trocas de posição, Attila vinha mais à frente, e após subir a reta no vácuo de Paternostro, Janjão tentou colocar por dentro na curva 1, mas teve que recolher pois o paulista estava mais forte, perdendo assim, o controle do carro, que chicoteou, apontou para fora, corrigiu, chegou de lado ao guard-rail, voando por cima dele e caindo quase no portão de entrada do autódromo.
Em contato recente que fiz com Attila Sipos via Facebook, ele narrou assim o acidente:
"Eu estava mais à frente. Ele brigava com o Paternostro, meu companheiro de equipe, então. Em uma reta mais longa, perguntei ao Pater, o que acontecera com o Janjão, que havia sumido; ele tirou as duas mão do volante e, fez um movimento de "asinhas". De tanto rir, só não deixei de ganhar a corrida pela enorme vantagem que tinha. Depois que vi o vídeo, percebi que o Janjão nasceu de novo. O seu anjo da guarda estava de plantão, protegendo aquele maluco."
De fato, o piloto saiu ileso graças ao anjo da guarda, que certamente foi o Santo Antônio, que havia sido reforçado pouco tempo antes do acidente, como me contou estes tempos o mecânico Mário "Rambo", responsável técnico da Jardim Italia pelos carros de corrida da equipe à época, que relatou que Janjão até hoje agradece a ele por, de certa forma, ter salvo sua vida, com esta implementação de segurança.
Sempre ouvi falar deste acidente, que aconteceu quando eu nem havia completado um ano de idade. Por isto, meu pai levava o meu primo Gladimir, que era um pouco maior, para assistir à corrida. E nesta eles estavam no fim da reta, assistiram de camarote, pegaram o Opalão do "véio" e foram até lá. Meu primo levou, como recordação, um pedaço da sinaleira traseira do carro do Janjão, infelizmente não tem idéia de onde foi parar este "souvenir".
Quem quiser ler mais detalhes, recomendo o Blog do Sanco, que já contou muito detalhadamente a história, clicando aqui e aqui.
Curiosidades do vídeo: a ambulância Kombi, que, aparentemente não chegou a tempo, pois, pelo que parece, Janjão foi socorrido no Chevette Tubarão bege que quase atropelou um homem quando deu ré. Outro destaque é o guincho utilizado para içar o carro.
Não vivi estes tempos, pois comecei a frequentar o autódromo em 1986, quando já tinha mais idade. Mas, sem dúvida, bons tempos. Que, de certa forma, a Classic ajuda a trazer de volta às pistas, hoje em dia.
Enquanto aguardamos a definição da data da primeira etapa da Classic, vamos lembrar mais um pedaço da história, que está revivida sendo revivida pela categoria.
As fotos e informações abaixo foram enviadas pelo colega Mauro Weck, que atualmente corre na Classic com uma réplica do 147 #9 da Glitz de 1979, que na época era pilotado pelo Paulo Hoerlle.
Na sequência: 1) Hoerlle e Soldan puxando o pelotão na subida da reta de Tarumã. 2) Paulo Hoerlle e Walter Soldan dividindo a curva 1 de Tarumã com Renato Conill e Janjão Freire (#47 e 48, equipe Jardim Itália); 3) Jacarepaguá, 07/09/1979, início de uma rodada do Fiat #10 levado por Soldan, na entrada da curva sul, final da reta oposta, primeira etapa do Brasileiro de Fiat 147; 4) Foto tirada na revenda Glitz, patrocinadora do carro, em 1979, na presença de Walter Soldan, Ivan e Paulo Hoerlle e Emerson Fittipaldi;
Belos registros históricos, que estão sendo revividos desde 2009 nas etapas da Fórmula Classic, com a presença do Fiat 147 #9 da Glitz, pilotado por Mauro Weck.
Passat Canhão #8 e Flecha #3. Piloto na Copa Classic (🏆2010), Super Turismo RS, Endurance Brasil e Gold Classic. 🏆🏆🏆 6 Horas de Guaporé (2016, 2018 e 2024) e P2 12 Horas de Tarumã 2024. Comentarista e repórter de automobilismo, trabalhos para Discovery Turbo, Speed Channel e Esporte Interativo, colunas feitas para o jornal Pit Stop e revistas Potência Máxima e Curva 3.