12 Horas de 1972 e de 2024? Ambas com Catô Belleza na pista!

 
1972, 2024... Tem 12 Horas com Catô acelerando!

O que as 12 Horas de Tarumã de 1972 e a de 2024 tem em comum? Ambas tem o piloto alegretense Catô Belleza na disputa!

Voltando às 12 Horas de Tarumã aos 71 anos, o veterano "bota" estreou no automobilismo nas 12 Horas de 1972 a bordo de um Fusca em dupla com outro bota, Walter Soldan. As 12 Horas de Porto Alegre 1968 (a última realizada nas ruas), vencidas pelos irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi, que assistiu ao lado da lenda da preparação Neco Viola, seu primo, havia despertado o sonho de correr naquele Catô de 15 anos de idade, o que veio a realizar quatro anos depois.

Em 1974 virou piloto de avião e passou a fazer apenas provas de kart. Mas o passar dos anos não arrefeceu a sua paixão pelo automobilismo. Após um hiato sem correr, ele voltou em 2009, e colecionou vitórias em classes nas 12 Horas de Tarumã:

- 2012: Maserati #111 com Vilsinho, Rutzen, Menezes e Puhl, vitória cat. IV e um excelente 2º geral, frente a protótipos;
- 2016: Gol #77 com Daniel Elias, vitória classe T e 8º geral;
- 2017: MRX #56 com irmão Simon e Gustavo Frey, cat. P3, 4º geral.

Neste ano, com a abertura do regulamento das 12 Horas de Tarumã para os carros da Super Turismo, Catô Belleza vai embarcar no MC40 (motor Honda K20) da MC Tubarão, ao lado de Tiel Andrade, Franco Pasquale e Chico Möller, forte candidato à sua primeira fita azul!

Definitivamente, meus amigos, por fatos como esse, será uma das 12 Horas mais marcantes, na qual veremos a história diante dos nossos olhos na madrugada do próximo dia 15 em Viamão!

Old Stock Race em Tarumã - foi histórico!

 
Domingo histórico em Tarumã com a volta dos Opalas da Stock raiz!

O nome dado para a prova do último fim de semana da Old Stock Race - TARUMÃ HISTORIC - fez jus ao espetáculo histórico proporcionado!

Volta de apresentação 1979 (foto do amigo Paulo Nunes)...

...e a de 2022 (Fotro: Niltão Amaral/blogodopassatao.com).

A categoria, que remete à Stock Car raiz (oriunda da Divisão 1, classe C), que nos primeiros anos usava os Opalas com motor 6 cilindros e pneus de rua "comuns", não poderia ficar sem dar seu show no berço da categoria original: em 22 de abril de 1979 a Stock Car fazia sua etapa inaugural no Autódromo Internacional de Tarumã (Viamão/RS), com pole de João Carlos "Capeta" Palhares, na casa de 1:23,  e vitória e volta mais rápida de Affonso Giaffone Jr. A segunda etapa foi realizada na semana posterior, no Autódromo Internacional de Guaporé (#ficaadica para a organização da Old Stock, quem sabe?!). O Campeão da temporada foi Paulão Gomes, a bordo do lendário Opala #22. Nasci pouco menos de 3 meses depois, mas esta reedição eu não perderia por nada!

O #22 de 1979 (Paulão)... (Foto: Divulgação)

...e o de 2022 (filho Pedro) (Foto: Niltão Amaral)

E 43 anos depois a emoção estava de volta às rápidas curvas do circuito Viamonense, desta vez com uma prova festiva da Old Stock (dividindo a programação com a Turismo 1.4 BR). Paulão, campeão da primeira temporada, estava presente, mas quem tocou a réplica do #22 foi seu filho Pedro e o Alegretense Catô Belleza (infelizmente problemas de transmissão fizeram com que só dessem algumas voltas na corrida 2).

"Bura" raiz e muito pouco de eletrônica no carro!

Kleber Eletric, pole da Old Stock - Tarumã Historic com 1:18.833

Desfile lotou a pista (Foto: Maxicar.com.br)

Largada! A história acontecendo na nossa frente.

Quanta história essa foto carrega? Eletric x TG3 e o velho galpão de propriedade atrás da reta

Rodrigo Helal venceu a corrida 1 e se emocionou com a lembrança do pai

A nação Opaleira compareceu em peso! Mais de 300 Opalas e Caravans lotaram o autódromo e fizeram um desfile muito bacana. Mas a atração principal era ver "o pau pegar" na pista! A pole ficou com o #370 de Kleber Eletric, com 1:18.833, apenas 34 milésimos à frente de Thiago Lourenço #21. Na corrida, porém, a roda traseira esquerda de Eletric caiu na curva 9 e ele abandonou, ficando a vitória com Rodrigo Helal #113, que emocionado revelou que correu com a sapatilha que seu pai correu na Stock Car.

Pega da corrida 2, também de levantar a arquibancada!

Sequência do pega

"Cheirosa" de Kaka Freire venceu a corrida 2

Na corrida 2 o pega de ponta estava acirrado, com Lourenço, Helal e Kaka Freire (Caravan "Cheirosa" #281). Lourenço abandonou por queda de pressão de óleo, e a "Cheirosa" conseguiu tomar a ponta e vencer.

Gaúcho Álvaro Broilo correu como convidado com a Caravan #31

Várias ultrapassagens na curva 1

Único "quatrilho" do grid

Pensa que não teve gaúcho no grid? Álvaro Broilo foi convidado e levou sua Caravan #31 com a qual corre na Copa Classic RS (foi piloto do Gaúcho de Opalas e Fórmula Truck nas antigas), e mesmo sendo único com motor 4 cilindros, não fez feio, fez bonitas ultrapassagens e finalizou em 2º na classe Street.

Assim encerrou-se a grande festa histórica em Tarumã. Fica nosso desejo de que voltem a Tarumã e vão também a Guaporé, para reviver mais momentos daquela primeira temporada da época RAIZ da Stock Car!

Madalosso, Mottin e Tubarão: nomes que estarão na pista novamente nas 12 Horas de Guaporé, 30 anos depois!

 
Gilberto Madalosso e o Fusca com que correu em 1992

A Volta das 12 Horas de Guaporé trará de volta nomes que estiveram competindo na última edição realizada, em 1992. Gilberto Madalosso, Luciano Mottin e a equipe MC Tubarão são alguns exemplos.

Troféu de 3º lugar na cat. Speed em 1992

Madalosso correu com o Fusca #38 e conquistou o 3º lugar na categoria Speed, com Piccini e Paulo Torino. Uma história inusitada, pois o carro sofreu um capotamento em cima do reboque a caminho do autódromo na sexta, chegando apenas sábado à tarde, terminaram de arrumar o carro no box e foram para a prova sem conseguir treinar. Este ano Madalosso estará no grid a bordo do Fiesta #63 ao lado dos guaporenses Edi e Erico Postal e Telmo Jr.

MC Tubarão e Mottin: de 1992 a 2022

Luciano Mottin é outro nome que competiu em 1992, a bordo do Chevette #46 (na foto, em segundo plano), e estará em Guaporé neste fim de semana como preparador pela sua equipe Mottin Racing.

Por fim, em primeiro plano na foto anterior, a equipe vencedora da edição 1992, a MC Tubarão, com o Opala da foto acima pilotado por Carlinhos Andrade/Paulo Bergamaschi/Victor Steyer, estará defendendo o título em grande estilo, com uma recém montada réplica de Ford GT40 sobre um chassi tubular, montada em pouco mais de 30 dias. Um dos pilotos será Tiel Andrade, filho de Carlinhos, que na época assistiu a vitória do pai a partir do padock acima dos boxes.

2022 será uma edição recheada de emoção e história!

Jhonny Bonilla pilotou uma Benetton!

Jhonny Bonilla com sua "Benetton": participação relâmpago, mas vitoriosa.

Calma, claro que não foi uma F1. Mas o uruguaio radicado no Brasil, Jhonny Bonilla, um batalhador do automobilismo (piloto de kart, já gerenciou o kartódromo de Tarumã, o Velopark e atualmente o Autódromo de Rivera, além de revendedor dos pneus NA Carrera) teve uma experiência relâmpago no automobilismo, história que a maioria de nós desconhecia.

O "peitaço" foi na Fórmula Ford, e ele conquistou na raça um patrocínio da loja Benetton, fez carteira de piloto, estreou e venceu! Mas vamos deixar que ele conte esta história muito legal, que emociona a todos que sabem a dificuldade que é batalhar para sentar e acelerar um carro de corrida:

"Era 1989 década brilhante de Piquet , eu corria de kart a muitos anos e sonhava com um dia sentar em um carro de corridas , eu tinha um amigo famoso Preparador de motores de Fórmula Ford , o Kali que trabalhava uma época para o Djalma Fogaça , ele tinha um Fórmula na oficina e me encorajou a correr uma prova no final de 1989!

Eu não tinha como , não era muito barato, mas.... pensei muito e pedi a ele o carro emprestado para eu tentar mostrar e levantar um patrocínio , na hora mandou buscar a barata, e mandou me virar .

Tive uma ideia maluca , e fui em frente , a Benetton estava em evidência no Brasil e o Piquet está ainda em destaque , a Benetton tinha inaugurado no Iguatemi de Porto Alegre uma loja e aí que coloquei meu plano em ação !!!

Levei o carro na empresa da minha família e pintei todo o carro o mais parecido possível com o carro da Fórmula 1 , fui no cartório da minha cidade que tinha uma máquina de xerox que aumentava as letras , letra a letra recortei , comprei contact e com papel carbono fiz os logos kkkkk , um dia à tardinha com o carro decorado Benetton e mais uns parceiros que tinha no kart , apareci no Iguatemi e entrei na loja pedi para falar com o gerente , convenci ele a ir no estacionamento para ver uma coisa !!! Era uma moça a Lourdes , ela meio a contra gosto foi sem entender muito o que estava acontecendo , quando viu o carro não podia acreditar kkkk ficou enlouquecida foi muito legal.

Aí logo chamou todo o pessoal da loja para ir ver foi uma sensação o carro , Pois e ,adivinhem consegui o patrocínio que faltava para participar da prova .

Com o patrocínio na mão eu tinha outro desafio , a corrida seria em uma semana e eu nunca tinha andado no carro , só tinha acelerado kart na minha vida então tinha que passar por uma escola de pilotagem para aprovar minha participação ! Aí foi tudo na coragem e na pressão , combinei com o Evaldo Quadrado e fomos na quinta da corrida para Guapore , só tinha uma chance que era passar no teste e ainda andando no carro pela primeira vez.

O Professor Quadrado foi legal me falou: "Ô meu ,não te mata ok vai na manha kkkk ", dei umas 3 voltas devagar e comecei acelerar mais forte , para quem vinha do kart o Fórmula se tornava um tanto dócil e não muito difícil , depois de umas 10 voltas ele me parou no Box para baixar a Adrenalina e me falou: "cara tudo certo .... estás com a carteira na mão." Ufa!

O grande momento! Bandeira da vitória.

P1 para nosso "uruguaiúcho"

Foi uma loucura que fiz sem duvida coisa de Guri , mas o mais incrível foi que venci a corrida na minha estreia , tive um ótimo desempenho e também sorte por uns mais rápidos que tiveram alguns problemas mas eu estava lá recebendo o P1 depois de uma odisseia !!!

Matéria no Jornal Vale do Sinos, 09/08/1989

Foi esta prova de 1989 na Fórmula Ford que me levou depois a participar das 12 horas de Tarumã no mesmo ano, a esperança seria 1990 vir com tudo para correr de Fórmula , foi aí que um tal de Collor veio com um plano econômico na época que deixou todos com R$ 50!!! Estava muito difícil para todos tipo agora .... aí tomei uma decisão: "Vou parar de correr, mas trabalharei com automobilismo". Logo contarei novos passos a partir de 1990!

Sabem de uma coisa não me arrependo da decisão ,como chefe de equipe de kart , gestão de Kartodromos , gestão de Autodromos e realização de obras me realizo permanente no esporte que mais amo ! O nosso ! O Automobilismo

Abraço, Racers!!"

A participação nas 12 Horas de Tarumã daquele ano (1989) foi no Voyage, em parceria com Paulo Höher e Adalírio Verbian (estreante), o resultado foi um 12º geral e 3º na categoria.

Nestes tempos de pandemia, nada melhor do que relembrar história para não deixar "a roda parar"! Ainda mais uma história do automobilismo raiz, realidade da maioria de nós, dos  regionais, que conta os pilas" pra correr, numa eterna batalha. Valeu, Jhonny!

Fotos: Arquivo pessoal/Jhonny Bonilla