segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sábado no (Espetacular) Museu do Automobilismo Brasileiro


A programação do maravilhoso dia



Chegada ao Museu



O capô original da Brasília do Rally da Copa do Mundo de 1974



Carros dos primórdios e mais modernos, como os Opalas e Ômegas Stock, dividem o mesmo espaço



Essas Maserattis são verdadeiras relíquias, parece que até a fábrica já tentou comprar




O Carcará II (DKW), recordista de velocidade de sua época



Muitos troféus com alta importância histórica fazem parte do acervo



As carreteras: um show à parte


Paulo Trevisan faz o discurso de abertura do evento



Verdadeiro "churrascão" oferecido pelo Museu. Espetáculo!



Niltão com Paulo "McCoy" Lava, sabe (e escreveu) muito sobre automobilismo




Grandes Pilotos: Cacau Ricci (Stock Car e GT Brasil) e Niltão Amaral (Fórmula Classic), hehe




Niltão, Renato Pastro e Leonardo Tumelero



Leonardo Tumelero, Cláudio Müeller e Niltão Amaral




A Brasília do Rally da Copa do Mundo 1974



Marcelo Matusiak e Niltão Amaral

Este post tem que ser em primeira pessoa, para tentar passar um pouco do espetáculo que foi, no último sábado, a visita ao Museu do Automobilismo Brasileiro, em Passo Fundo, tocado com maestria pelo nosso colega de pistas na Classic, Paulo Trevisan.

Na terça passada o meu "brother" e colega de equipe, Leonardo, me ligou perguntando se eu não queria ir a Passo Fundo com o pessoal do Clube Porto Alegre de Rally (CPR) visitar o Museu, para entregar em comodato um Fusca que ganhou o Rally Volta da América em 1978. Topei absolutamente na hora, sem titubear, afinal, sabia o quão maravilhoso era o lugar, visto que em 2005 havíamos estado lá, fazendo dupla no Rally Internacional do Classic Car Club, que teve visitação e largada daquele local. Se estivessem lá apenas os mesmos carros já valeria repetir a visita, porém 5 anos se passaram e o acervo está bem maior, fruto do inquieto trabalho do Trevisan, contando atualmente com algo como mais de 100 carros.

Nosso ônibus saiu cedinho, 7 da manhã, num estacionamento em frente à rodoviária. Cheguei lá com o possante Fiat 147C 1050cc 1982, afinal, ando com ele até no dia-a-dia, que dizer de um fim-de-semana, ainda mais indo para um evento de antigomobilismo. A galera do CPR, a qual já conhecia, na maioria, devido a muitos deles fazerem parte da organização de muitos rallys do Classic Club que participei, já estavam quase todos lá (Jaime Zecchin, Renato Pastro, entre outros). Meio atrasado, chegou o Marcelo Matusiak, ex-RBS, que agora se dedica à sua empresa de assessoria de imprensa. Já fez muitas coberturas de automobilismo.

Partimos, paramos em Lajeado para pegar o Fábio Lazzarotto e mais uma galera. Seguimos viagem, conversei bastante com o Matusiak, gente fina, que contou algumas histórias da sua carreira e falou um pouco da PlayPress, seu novo projeto, ao qual dedica-se há um ano e pouco, desde que saiu da RBS.

Chegamos lá, tudo já estava montado, uma estrutura de restaurante, algo impressionante e muito profissional. Mas claro que estávamos todos ansiosos para olhar as baratas. E assim fomos desvendando aquelas maravilhas... Desde "charutos" da época de Norberto Jung, um dos pioneiros gaúchos nas carreras, passando pelas históricas carreteras (Catharino Andreata, Orlando Menegaz), carros de turismo dos anos 70, 80 e 90, Opalas e Omegas Stock, até modernos protótipos (Tubarão, AS Vectra).

Hora da solenidade. Paulo Trevisan abriu dando um de seus entusiasmados discursos, contando da honra de receber o Fusca e Brasília, abrindo um segmento de rally dentro do museu. Logo após, discurso emocionado do passofundense Neri Reolon, que participou do Rally Volta da América (29 mil km, cruzando a América do Sul) em parceria com Cristiano Nygaard, no Fusca 1300 L, cujo exemplar que o reproduz estava no museu da Ulbra, antes da cedência ao Museu do Trevisan. Também autografou o livro que conta a história da competição.

Após, um verdadeiro "churrascão" foi servido, com direito a costela de gado, picanha, porco, costela de ovelha, enfim, pra gaúcho nenhum botar defeito, regado a um chopp bem gelado e seguido de um buffet de sobremesas. Ficamos na mesa com Arlindo e Luciano Marx (último carro de Turismo ganhador de 12 Horas de Tarumã na geral foi seu Escort), Romaldo de Souza ("Zóio", correu de Chevette, depois por muito tempo no gaúcho de Opala, que deve voltar em breve para a Classic) e demais parcerias.

Findo o almoço, falou Cláudio Müeller (renomado piloto gaúcho), num discurso emocionado (e emocionante), contando de peripécias sobre a Brasília que ali estava, cujo capô original repousava na entrada do museu. O Rally da Copa do Mundo de 1974, do qual participou com o navegador Guido Veeck, passou por 19 países da Europa, África e Ásia, num nível de dificuldade semelhante ao Paris-Dakar. Contou passagens como uma caixa de câmbio "moída" no meio do deserto, que teve de viajar milhares de km de avião para ser consertada, o que demorou mais devido às tempestades de areia que dificultava as partidas do avião, também de uma capotagem na qual o carro não desceu um "peral" devido a ter ficado preso numa árvore, quando tiveram que fazer praticamente um milagre para puxar o carro de volta à estrada, pois nenhum competidor parava para ajudar, e também, já no gelo, o acidente à sua frente dos dois Peugeots que lideravam a prova, no qual conseguiu passar por uma "frestinha" deixada na estrada pelos dois carros, rumando à vitória, com meia hora de vantagem sobre o segundo colocado. Uma façanha e tanto para uma simples Brasília.

Foi uma bela oportunidade de convivência com lendas e personalidade do automobilismo gaúcho, experiências assim são inexplicáveis e não têm preço. Por mais que se tente passar as emoções vividas, é insuficiente.

Muito interessante o contato com pessoas como a galera do CPR, com a qual fui no ônibus, todos muito gente fina. Descobri a profissão do ralizeiro Renato Pastro, nada menos que piloto de avião, passarei a chamá-lo de "Comandante Pastro" (aliás, deve estar lendo este post de algum rincão longínquo do Brasil, neste momento). Contou muitas histórias vividas na aviação. Também o Marcelo Matusiak, um cara que tem a mesma idade que eu e viveu o automobilismo nas mesmas épocas, desde pequeno grudado na cerca de Tarumã. O Cacau Ricci, um dos nossos pilotos destaque nos dias atuais, representando o Rio Grande na Stock Car e GT Brasil (aliás, foi campeão da categoria ano passado), o Paulo "McCoy" Lava, baita conhecedor de automobilismo, que escreveu dois dos meus livros favoritos, junto com o Paulo Torino ("12 Horas de Tarumã - Histórias e Estatísticas" e "Tarumã - Uma História de Velocidade"). A ilustre presença do grupo denominado "Jurássicos", tais como os pilotos Roberto Giordani, Chico Feoli, o Prof. Oscar Leke. A convivência com estas - e outras - pessoas me engrandece muito. Ouvir suas histórias é algo absurdamente bom.

Após o museu, fomos ver uma passagem do Gaúcho de Rally, que estava sendo realizada em Passo Fundo, e "finalmente", rumamos de volta a Porto Alegre. Por volta de 22h30min desembarcamos em Porto Alegre. O dia havia sido tão bom que ninguém sequer estava com cara de cansado.

Quem quiser ter uma vaga idéia do que é o Museu, visite o site, que é bem completo. Porém, nada se compara a uma visita àquele aprazível local. Neste post não vou detalhar os carros, já tá grande demais! Outra hora vou usar o material para falar sobre alguns que achei destaque.

Foi um sábado e tanto. Que venham mais, logo!

5 comentários:

  1. Que time, hein Niltão!? Quanta história reunida. Até o McCoy apareceu. E eu trabalhando...é brabo.

    Legal demais o relato. Como te comentei, o Paulo não mede esforços para deixar todo mundo à vontade. Ele é uma pessoa iluminada e sorte a nossa que estamos próximos e podemos vê-lo realizando os sonhos dele e de outros tantos, como o Cláudio, por exemplo. O memória do automobilismo gaúcho e brasileiro está na vitrine hoje por causa dele.

    O Paulo é o cara.

    Abração Niltão e se não chover no domingo, já sabe, vou chegar no Velopark e procurar por sinais de fumaça (do costelão). Hehehe

    Sanco

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  2. Muito obrigado Niltão, grande reportagem!!!
    Fui convidado pelo Giordani mas infelizmente não pude comparecer, queria muito dar um abração no meu professor Cláudio Mueller e conhecer o museu, este grandiosa obra do Trevisan.
    Pude sentir, pelo teu relato, as emoções lá vivídas.
    Sabias que o Pastro, além de meu colega, é amigo há mais de 30 anos?
    Obrigado mais uma vez, nos vemos no Velopark, grande abraço.
    Carlos Belleza

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  3. Parabéns, excelente cobertura. Por acaso tiraram foto do fusca azul com sunroof e motor 2 litros pumakit que estava estacionado no pátio do Museu? Esqueci de tirar foto!

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  4. Belleza!

    Pena que não foste, na próxima não perca!

    Nâo sabia desta tua amizade com o Pastro, é uma figuraça!

    Domingo com certeza estarei lá no Velopark pra ver a tropa dividindo aquelas curvas! hehehe!

    Abraço,
    Niltão.

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  5. João Cesar,

    Tirei foto sim, uma jóia o fuquinha, de muito bom gosto, ainda mais com essa usina embaixo do capô!

    Abraço,
    Niltão.

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