terça-feira, 11 de outubro de 2011

O vôo de Janjão Freire na curva 1 de Tarumã, em vídeo


A relíquia! Vídeo do vôo de Janjão Freire.

Um acidente ocorrido na Fórmula Truck no último domingo, em Guaporé, lembrou muito outro, clássico do automobilismo gaúcho, que eu tenho há algum tempo em vídeo, relíquia conseguida pelo Teodoro Janusz (que, aliás, está voltando à Classic em breve com uma nova DKW, para alegria da galera). Há muito devia ter compartilhado, mas aproveito o ensejo para fazê-lo agora.

Caminhão ficou sem freio e desceu barranco, em Guaporé, no último domingo

Na prova da Truck, ocorrida no último dia 09 no autódromo serrano gaúcho, o piloto Luiz Lopes ficou sem freio no seu caminhão em plena reta dos boxes, para evitar o pior ele cortou caminho pela grama para "matar" a velocidade, foi em direção à curva 2, na qual voou por cima do guard-rail e caiu de um barranco de 4 metros. O piloto não sofreu ferimentos graves.

Ao ver a cena na TV, transmitida ao vivo, logo lembrei de outro acidente deste tipo, ocorrido 31 anos atrás, no autódromo de Tarumã, que não assisti, mas que ouço, desde pequeno, meu pai contar.

Sentado no banco traseiro!

Dia 08 de junho de 1980, Campeonato Brasileiro de Fiat 147 no Autódromo Internacional de Tarumã. "Peleia de facão", como de costume na categoria, entre paulistas e gaúchos. Revezavam-se nos primeiros lugares os gaúchos da forte equipe Jardim Itália (revenda Fiat que ficava na Protásio Alves, passando a Antônio de Carvalho), com os carros #47 (Janjão) e #48 (Renato Conill), e os paulistas da equipe Milano (Luís Otávio Paternostro e Attila Sipos).

Primeira bateria acabou assim

Na primeira bateria a coisa já vinha quente, após um toque na última volta entre Janjão e Paternostro, este cruzou a linha de chegada em 1º, com a tampa do porta-malas aberta.

Decolou!

Na segunda bateria o pega continuou, e após muitas trocas de posição, Attila vinha mais à frente, e após subir a reta no vácuo de Paternostro, Janjão tentou colocar por dentro na curva 1, mas teve que recolher pois o paulista estava mais forte, perdendo assim, o controle do carro, que chicoteou, apontou para fora, corrigiu, chegou de lado ao guard-rail, voando por cima dele e caindo quase no portão de entrada do autódromo.

Em contato recente que fiz com Attila Sipos via Facebook, ele narrou assim o acidente:

"Eu estava mais à frente. Ele brigava com o Paternostro, meu companheiro de equipe, então. Em uma reta mais longa, perguntei ao Pater, o que acontecera com o Janjão, que havia sumido; ele tirou as duas mão do volante e, fez um movimento de "asinhas". De tanto rir, só não deixei de ganhar a corrida pela enorme vantagem que tinha. Depois que vi o vídeo, percebi que o Janjão nasceu de novo. O seu anjo da guarda estava de plantão, protegendo aquele maluco."

De fato, o piloto saiu ileso graças ao anjo da guarda, que certamente foi o Santo Antônio, que havia sido reforçado pouco tempo antes do acidente, como me contou estes tempos o mecânico Mário "Rambo", responsável técnico da Jardim Italia pelos carros de corrida da equipe à época, que relatou que Janjão até hoje agradece a ele por, de certa forma, ter salvo sua vida, com esta implementação de segurança.

Sempre ouvi falar deste acidente, que aconteceu quando eu nem havia completado um ano de idade. Por isto, meu pai levava o meu primo Gladimir, que era um pouco maior, para assistir à corrida. E nesta eles estavam no fim da reta, assistiram de camarote, pegaram o Opalão do "véio" e foram até lá. Meu primo levou, como recordação, um pedaço da sinaleira traseira do carro do Janjão, infelizmente não tem idéia de onde foi parar este "souvenir".

Quem quiser ler mais detalhes, recomendo o Blog do Sanco, que já contou muito detalhadamente a história, clicando aqui e aqui.

Curiosidades do vídeo: a ambulância Kombi, que, aparentemente não chegou a tempo, pois, pelo que parece, Janjão foi socorrido no Chevette Tubarão bege que quase atropelou um homem quando deu ré. Outro destaque é o guincho utilizado para içar o carro.

Não vivi estes tempos, pois comecei a frequentar o autódromo em 1986, quando já tinha mais idade. Mas, sem dúvida, bons tempos. Que, de certa forma, a Classic ajuda a trazer de volta às pistas, hoje em dia.

Curta o vídeo lá em cima, ou clicando aqui: http://www.youtube.com/watch?v=RhDiogawcag.

Leia uma interessante entrevista sobre a carreira de piloto e corporativa de Antônio João Barnewitz Freire (extremamente competitivo em ambas), neste link: http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=7326&print=1

Crédito Vídeo: TV2 Guaíba
Fotos de época: Blog do Sanco

2 comentários:

  1. muito show esses fiat se carniçando mas percebi que os fiats eram meio moles nessa epoca o que ajudou ele a não conseguir segurar na segunda rabiada.... eh eh eh muito bala

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  2. Niltão, achei teu blog há tempos e, com um grande entusiasta da 147 (tenho dois), não pude deixar de gostar do site.

    Essa história aqui, em especial, reproduzi lá no meu blog resumida, com os devidos créditos teus. Te convido a dar uma passada lá pra conferir: http://blogdoboueri.blogspot.com.br/

    Forte abraço!

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