quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Passando a limpo as 12 Horas de Tarumã - Protótipos

Apaguem as luzes que fica mais legal. Pelo menos mantiveram Le Mans

Chegou a hora de falar um pouco sobre as 12 Horas de Tarumã. Foi a 30ª edição realizada no autódromo, infelizmente com uma mudança que, como era previsto, não foi legal: a largada foi ao meio-dia do sábado, ao invés da meia-noite de sábado para domingo, como era desde 1962, quando a prova ainda era realizada nas ruas de Porto Alegre. Na minha modesta opinião, a prova, com a largada diurna, tornou-se uma prova de longa duração como qualquer outra. Perdeu-se a característica que tornava as 12 Horas única, emocionante ao extremo ee inigualável. A largada só não foi totalmente sem empolgação pelo Perna, que fez milagre, a narração dele da largada e das primeiras voltas com certeza arrepiou a todos. Mérito dele, na sua 23ª participação, com a rádio Pole Position.

Era 1986. Foi muito legal. Com largada noturna. Passatão do Buneder venceu.

Foi sem graça, se comparada a qualquer 12 Horas da história. Posso falar com propriedade, pois acompanho a prova desde 1986, quando as 12 retornaram a Tarumã após quase 10 anos proibida pelo governo, devido à crise do combustível. Lembro de detalhes daquela prova, eu tinha 7 anos de idade: toda a preparação, meu pai arrumando as coisas no sábado à tarde no nosso possante Fiat 147 1300 Europa marrom; a cobertura de santa fé que havia na arquibancada da reta; o churras; o show do Bebeto Alves (alguns maldosamente gritava para ele: "Pára de ensaiá e canta!!!"); o Passat do Buneder, que venceu (sempre fui fã de VW, logo vibrei, vejam que o gosto pelo Passatão vem de longe!); o Fiat 147 do Celso Farlauto, que tinha uma anteninha com uma luz na ponta (lembrança obtida À NOITE, vejam bem); e outras milhares de fatos que me marcaram muito, com certeza ajudados pelo fato de boa parte da prova ter acontecido à noite.

Resumindo esta celeuma: acho que foi desnecessária a mudança, desprovada por no mínimo 90% das pessoas, pelas opiniões pós prova. Se querem fazer uma prova diurna longa, façam outra, em outra data, quem sabe 6 Horas de Tarumã, largando às 16h? Mas por favor, restabeleçam a ordem das coisas: 12 Horas com largada à meia-noite, como sempre foi. Gaúcho preza a tradição e seus valores acima de tudo, e é isso que nos diferencia.

Vamos à prova.

MRX #10 não estava para brincadeira. Mas mesmo assim, 12 Horas são 12 Horas.

Recorde do final de semana: MRX #10 dourado virou 0:59,697 no 2º treino livre, obtido à noite, ainda! Um temporal, mas obviamente não seria o tempo de prova, carro nenhum resiste a isso. Fez a pole com 1:00,252, média de 180,20km/h.

Impressionou a quantidade de mecânicos e de jogos de pneus novos colocados pela equipe no carro. Contava, ainda, com a participação do piloto da fábrica do protótipo, Juliano Moro, vencedor em 2009, mais Machão Cardoso/Pierre Ventura/Felipe Toledo/Cristiano Almeida. Ou seja, forte candidato. MAS 12 Horas é caixinha de surpresas, mais do que futebol, até.

The Shark Attack - Tubarão abocanha a vitória faltando meia-hora para o fim

Hoerlle beliscou o bi nas 12 Horas


Os Stédile/Ricci chegaram a liderar na geral, mas quebraram (Foto: L.F. Camaratta) 

Liderou durante boa parte da prova, alternando principalmente com o Spyder/Opel #7 (classe II-16v) dos Stédile/Ricci e o MC Tubarão, porém, faltando meia hora para o fim, uma quebra de câmbio tirou a vitória, assumindo o Tubarão, que vinha descontando, seguido do MCR #99 dos Hoerlle/Castro. Aliás, a prova começou mal para o protótipo de Campo Bom, pois apagou na largada, o que dá um tom heróico à vitória do #5, de Tiel Andrade/Bruno Justo/E. Dieter.

Lamborghini foi espécie de "coelho" para atrair os líderes da prova. Mas foi bonito ver.

A Lamborghini Gallardo GT3 V10 fez apenas uma exibição, andando na ponta durante algumas voltas, mas abandonando a prova com pouco mais de uma hora, com Cacau Ricci/Fernando Poeta.

MXR #18 entortou válvulas e abandonou cedo


Aí está o problema


Já o MXR #18 infelizmente teve problemas cedo, entortando 2 válvulas e abandonando a competição na 14ª volta. 


MCR #46 parou cedo, mas levou "melhor volta" pra casa

Ainda entre os autos de ponta, o MCR-P2 #46 (classe I) de João Santana/Carlos Kray/Vitor Genz/Christian Castro/Fernando Poeta teve problemas desde os treinos, quebrou na quinta, não classificou. Na corrida, não teve melhor sorte, abandonando na 70ª volta. Ficou em 22º geral e 5º e último na categoria. Para não dizer que ficou de mãos abanando, fez a melhor volta da prova, com 1:03,241.


Problemas deixaram Tornado muito tempo no box

Outro da classe I que não teve um bom final de semana foi o LFC Tornado #33, com motor de moto Hayabusa, pilotado por Cali Crestani/Fernando Melo. Ficou muito tempo parado em reparos, completou 260 voltas, acabou em 16º geral e 4º na categoria.


Aldee #50 faturou classe II-8v

O #51 da turma de Guaporé deu 303 voltas

Uma pena a quebra do #56 com 40 voltas, Nego Nelson e Paulo Rotta são gente fina

Os Aldee já são clássicos entre os protótipos, foram os primeiros a se popularizarem a partir de 1994 nas provas brasileiras e ainda mantém-se vivos nos grids. O #50 de Vitor Costa/Cléber Vieira/Gustavo Tortelli faturou a Classe II 8v, seguido do RTT #51 da turma de Guaporé (Telmo Jr./Edson Postal/Igor Eberle/Tamar Peretti). Já o #56 do Nelson Cardoso "Black Driver"/Paulo Rotta/Rodrigo Messa/Zen infelizmente teve quebra de motor com 40 voltas.

Spyder dos Stumpf enfrentou problemas

Ainda na classe II-8v, outro que enfrentou problemas foi o Spyder VW de Renato Stumpf/Matheus Stumpf/R. Frigeri. Segundo Matheus informou no Twitter, foram 2 caixas, 3 homocinéticas e 1 ponta de eixo quebradas. Ficaram em 13º geral e 3º na classe.


MXR #4 dos Bertuol/Marini era candidato à ponta...

...mas bateram, arrumaram e ganharam a classe II-16v.

Na classe II-16v, o MXR #4 Opel de Felipe Bertuol/Paulo Bertuol/Aristides Bertoul Neto/Darci Marini), após enfrentar o problema de uma panca na curva 9, a equipe de Bento Gonçalves fez um excelente trabalho e recolocou o carro na pista, para a vitória na classe. Era candidato à vitória geral, não fosse o incidente.

Na sequência, passarei a limpo os carros de turismo, que deram um show de resistência, ficando muito bem colocados na tabela geral.

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